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Campo Grande, sábado, 25 de novembro de 2023.

Por onde anda bolão?

Frase de duplo sentido cria certo “mal-estar” para o ex-goleiro Bolão, do Corumbaense

Por Gilson Giordano em 28/12/2021 às 09:28

Com certeza absoluta, no gramado do estádio Arthur Marinho, já desfilaram os maiores craques do futebol estadual e que hoje fazem parte da historia (Foto: Arquivo)

Fim de ano, época da chamada “retrospectiva”, mas o site grito regional.com.br não usa ou faz tais matérias, assim como não tem editoria de policia, pois o mesmo não é uma “extensão” da desgraça alheia e por isso, a editoria revolveu contar alguns casos registrados e vividos no futebol raiz, aquele praticado por quem de fato sabia e fazia com excelência de qualidade.

Confesso que pesquisei, mas infelizmente não consegui encontrar a foto do personagem desta história.

Desta feita, o fato envolve também de forma ativa, equipe de esportes da Rádio Clube de Corumbá, tradicional pela excelente qualidade de trabalho dos profissionais que orgulhosamente empunham os famosos microfones da emissora.

Futebol

É inegável que na época áurea do futebol com padrão de qualidade, foram vivenciados fatos que serviram de histórias para enriquecer ainda mais a modalidade, infelizmente, histórias como essas vividas na época, não são mais registradas nos dias atuais, alias, até mesmo o futebol perdeu a sua “excelência”.

Pois bem, vamos ao fato!

Partida disputada no estádio Arthur Marinho, na minha querida terra natal Corumbá! Que saudade!

Lá pela década de 70, jogo do Corumbaense e que foi transmitido pela equipe de esporte da Rádio Clube, cujo narrador era como ainda o é, o competente Jonas de Lima que tinha como repórter de campo, o conhecidíssimo JGB, sigla essa que significava: “Joãozinho Gente Boa” e tirando as consoantes iniciais do nome dele, formou o “apelido” e o mesmo foi praticamente conhecido em todo o Estado, pois tinha nanismo e com pouca estatura devia medir no máximo 1m20, não mais que isso.

“JGB” independente do apelido, pois de fato  era “gente boa mesmo”,  despertava e muito a atenção de todos, tanto que muitos diziam que, a “maleta” que ele carregada –  instrumento muito usado na época pelos repórteres de rádio para equalizar o som –  diziam os corneteiros de plantão que era maior que ele.

Jogo no Arthur Marinho, domingo, 15h, temperatura em torno de 38ºC.

Na época, o goleiro do Corumbaense era o também conhecidíssimo e gente da melhor qualidade,  “Bolão”, filho do “João Bigode”, que tinha tinha uma fábrica de picolé, na Rua Firmo de Matos com a Rua Dom Aquino e devido ao calor, dizem que ele vendia diariamente em torno de três mil picolés.

O goleiro “Bolão” foi discípulo de Aroldo, outro goleiro do time “Carijós da Avenida” e ambos tinham elasticidade e impulsão que, impressionavam e com isso, tinham certa facilidade de, debaixo do gol, “voar” era  era bem normal, para eles!

Como se sabe, as traves também na época eram feitas de madeira de lei, que tinham verdadeiro cerne em sua formação, portanto, impossível de ser quebrada, devido à rigidez.

Durante o jogo, partida bem movimentada, pois na linda cidade, todos já estão acostumados com o calor e um dia quente a mais, claro que não faria tal como não fez, nenhuma diferença. E quem sentisse calor, corria a um dos carrinhos de picolés, para  comprar o produto vendido por João Bigode, pai do goleiro Bolão. Pronto, adeus calor!

Jogo disputado, com ataques para as duas equipes em ação e em um deles,  um jogador do time adversário do Corumbaense,  chutou ea bola bateu na trave do goleiro “Bolão” e Jonas de Lima, lá de cima, da cabine da rádio teria narrado o lance da seguinte forma:

Atacou, chutou, no PAU DO BOLÃO! NO PAU DO BOLÃO!” – Fazendo  aquele estardalhaço pra dar mais vida e emoção ao lance.

Pronto, essa foi a máxima para os corneteiros ao longo da semana. Sorte do goleiro Bolão, que foi Marinheiro, que na época não existia ainda o celular, pois do contrário, certamente ele teria jogado o mesmo, pois a turma insistia em perguntar:

“E ai, Bolão, machucou muito o pau?” – claro usando a frase em duplo sentido.

Por sua vez, Jonas de Lima, narrou o lance de forma tranquila também sem pensar no emprego do duplo sentido da frase que ficou marcada e hoje faz parte da rica história do futebol corumbaense.

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